❌ A deficiência de vitamina D é um dos distúrbios nutricionais mais frequentes em todo o mundo. No Brasil, embora a maioria da população resida em regiões de adequada exposição solar, a hipovitaminose D é um problema comum.

✅ Embora definida como vitamina, essa substância é conceitualmente um pró-hormônio que desempenha papel fundamental no processo de absorção do cálcio e metabolismo ósseo. 🦴

⚠ Os grupos de maior risco de terem deficiência de vitamina D são nascimento prematuro, dieta vegetariana, uso de alguns tipos de medicamentos, síndromes de má absorção intestinal e obesidade.

⛅ Outros fatores que reduzem a síntese da vitamina D na pele são: altitude, usar roupas que cubram quase todo o corpo, passar a maior parte do tempo em ambientes fechados, poluição atmosférica e tempo predominantemente nublado.

🌞 Quase a totalidade da vitamina D, 90%, é proveniente da síntese cutânea após exposição solar e menos de 10% é obtida por fontes alimentares.

🚫 Porém, devemos levar em consideração que a exposição solar deve ser equilibrada com os riscos de fotoenvelhecimento e câncer de pele, não existindo um nível seguro de exposição que possa ser recomendado. Dessa forma, a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Dermatologia não indicam a exposição solar sem proteção para esse fim. Caso haja a indicação de reposição da vitamina D, essa deve ser feita pela dieta ou suplementação vitamínica com indicação médica.

🩺 Dra. Gabriela Aires Ribas
Pediatra e Cardiologista Pediátrica
RQE 33941/ 33942

Sopro Cardíaco na Infância

💝 O sopro cardíaco é uma das principais causas de encaminhamento da criança para o cardiologista pediátrico e acontece pela turbulência do fluxo sanguíneo podendo ser fisiológico ou patológico.

O sopro cardíaco, frequente na criança, muitas vezes se origina do fluxo sanguíneo normal sem anormalidade estrutural no coração, chamado sopro inocente.

Suas principais características são: sopro sistólico, suave, de curta duração, com timbre vibratório ou musical, que muda de intensidade com a posição, sendo mais intenso com a criança em posição supina.

Em contrapartida, a presença de sopro holossitólico, que aumenta de intensidade com a criança sentada ou de pé, são características que levam a suspeita de defeito cardíaco estrutural.

O exame clínico é o principal pilar na avaliação da criança com sopro. Anamnese detalhada, exame físico completo são fundamentais para uma avaliação diagnóstica adequada.

Além disso, o ecocardiograma como todo exame complementar deve ser analisado sempre fazendo correlação com os dados clínicos.

O achado de sopro cardíaco ao exame de
uma criança gera grande angústia, mas saiba que eles são relativamente comuns e toda criança pode apresentar um sopro inocente em algum momento do seu desenvolvimento.

🩺 Dra. Gabriela Aires Ribas
Pediatra e Cardiologista Pediátrica
RQE 33941/ 33942

Hemofilia

🧬 A hemofilia é uma doença genética, ligada ao cromossoma X, que afeta a produção dos fatores de coagulação. Sendo assim, predispõe o paciente a apresentar eventos hemorrágicos após pequenos traumas, e que são muitas vezes espontâneos.

🩸Na maioria das vezes, é hereditária, mas pode também ser uma mutação nova. Cerca de 30% a 50% dos casos não têm história familiar da doença, o que pode atrasar e, muitas vezes, dificultar o diagnóstico.

🦵 A principal característica das hemofilias é a ocorrência de sangramento anormal e espontâneo, sem haver evidência de um trauma envolvido. É mais frequente nas articulações, levando a quadro clínico de dor, edema articular, calor local e dificuldade de mobilização do membro acometido, com perda da amplitude do movimento, podendo ser, muitas vezes, confundido com outros quadros articulares da infância.

👩‍⚕ O acompanhamento pediátrico é fundamental para a criança com hemofilia. Sendo de extrema importância que, no momento em que seja levantada a suspeita do diagnóstico, o paciente seja encaminhado a um centro de tratamento de hemofilia (CTH), que no Brasil está centralizado nos hemocentros e hemonúcleos.

🏊 Além disso, a criança com hemofilia deve ser estimulada para atingir seu desenvolvimento neuropsicomotor adequado, sendo importante a prática de atividades físicas regulares preferencialmente de baixo impacto, como natação e pilates. O fortalecimento muscular é essencial para manter uma boa saúde articular. 😉

🩺 Dra. Gabriela Aires Ribas
Pediatra e Cardiologista Pediátrica
RQE 33941/ 33942

Dor torácica na infância

😫 A dor torácica é uma causa frequente de encaminhamento de crianças e adolescentes para o cardiologista pediátrico e também de preocupação dos pais, embora nessa faixa etária, raramente o problema seja cardíaco.

Na maioria dos casos não se encontra alguma causa orgânica para a dor torácica no paciente pediátrico, sendo classificada como de causa desconhecida (10% a 45%).

As causas mais comuns de dor torácica são as costocondrites (dor no esterno) e lesões musculares (10% a 40%), temos também as doenças respiratórias (15% a 20%) e as cardíacas, que correspondem a apenas de 1% a 4% dos casos.

Normalmente, a dor apresenta uma evolução crônica, onde o paciente se queixa do incômodo após a atividade física, após algum trauma ou infecção respiratória. A dor pode ser de leve a moderada, geralmente unilateral, que piora com a movimentação e a respiração.

Na dor de causa cardíaca as cardiopatias congênitas são as maiores responsáveis pelo problema e causam lesões obstrutivas graves, ocasionando aumento da demanda miocárdica de oxigênio e dor anginosa.

A dor do tipo anginosa ocorre em aperto, desencadeada por exercício, emoção, frio, excesso alimentar, localizada no precórdio (região acima do estômago ou do coração) com irradiação para o pescoço, mandíbula, braços, dorso ou abdome.

Para fecharmos um diagnóstico são necessários exames clínicos, eletrocardiograma (ECG) ou ecocardiograma com Doppler.

🩺 Dra. Gabriela Aires Ribas
Pediatra e Cardiologista Pediátrica
RQE 33941/ 33942

Desnutrição Infantil

📋 Um estudo da Fiocruz mostrou que o Brasil registrou em 2021 a maior taxa de hospitalizações de crianças menores de um ano associadas à desnutrição (113 hospitalizações para cada 100 mil nascidos vivos)! 😱

⚠ A grave crise econômica, a pandemia, a piora da renda das famílias, o aumento da insegurança alimentar, do preço dos alimentos, das condições de moradia, de saneamento básico, a queda das taxas de imunização e desestruturação do sistema de saúde, em todos os níveis, são fatores que podem ter influenciado na piora do quadro de hospitalizações associadas à desnutrição.

🚫 A desnutrição pode ser classificada como primária que é o resultado de uma interação complexa de eventos econômicos e sociais que levam à ingestão inadequada de nutrientes. Já a desnutrição secundária, está relacionada à presença de doenças crônicas ou agudas que levam ao comprometimento da condição nutricional.

👶 Em todas as suas formas a desnutrição atinge de forma mais frequente e intensa as crianças jovens. Em longo prazo, os pequenos que sofreram com desnutrição no início da vida também podem apresentar prejuízo do desenvolvimento neuropsicomotor e aumento do risco para desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis como diabetes e hipertensão.

👥 Frente a esse cenário, torna-se importante a implantação de estratégias envolvendo todos os setores da sociedade para prevenção da desnutrição e tratamento oportuno.

Esse deve ser um compromisso de todos para essa e para as próximas gerações! 🙏

🩺 Dra. Gabriela Aires Ribas
Pediatra e Cardiologista Pediátrica
RQE 33941/ 33942

Mão pé boca

🔴 Doença altamente contagiosa e com potencial de surtos em escolas, a síndrome mão-pé-boca é uma virose que acomete principalmente crianças antes dos cinco anos. 🦠 Causada por vírus, ela leva esse nome pelo aparecimento de lesões em sua maioria nas mãos, nos pés e na região bucal.

💩😤 Sua transmissão ocorre pelo contato com as fezes ou secreções respiratórias de indivíduos infectados, principalmente na primeira semana de sintomas.

😳 Sintomas: febre, dor de garganta e perda de apetite. Nas mãos e pés (incluindo palmas e plantas) surgem manchas vermelhas ovaladas, elevadas com ou sem conteúdo líquido no interior. Na boca surgem úlceras/aftas na mucosa bucal e na língua. As lesões podem surgir também nos cotovelos, tornozelos, glúteos e região genital.

🧼 Como prevenir: medidas de higiene, especialmente após a troca das fraldas, são recomendadas para diminuir o risco de transmissão. Além disso, os pais não devem enviar a criança doente para a escola e agendar uma avaliação com o Pediatra. O ideal é que o afastamento ocorra de 7 a 10 dias após o início dos sintomas

😓 A complicação mais comum é a desidratação devido a presença de lesões dolorosas na boca que levam à recusa alimentar. Outras complicações graves podem ocorrer, mas são mais raras e geralmente em menores de 5 anos.

Compartilha com os outros pais que você conhece. 🙏

🩺 Dra. Gabriela Aires Ribas
Pediatra e Cardiologista Pediátrica
RQE 33941/ 33942

Síndrome do QT longo

🧬 Essa é uma doença genética caracterizada por um prolongamento anormal de uma medida do eletrocardiograma denominada intervalo QT.

💝 Essa anormalidade que ocorre nos canais de potássio ou sódio do coração, pode evoluir para arritmias graves (com batimentos cardíacos acelerados e caóticos) em indivíduos jovens e saudáveis.

Sua causa pode ser hereditária ou causada por algum problema de saúde ou uso de certos medicamentos (antiarrítmicos, antieméticos, antidepressivos e antibióticos).

A forma congênita é uma importante causa de morte na população jovem. Os sintomas se desenvolvem durante a infância, sendo o principal deles a síncope desencadeada por estresse,

Os fatores de risco para óbito são sexo feminino, surdez congênita, histórico de síncope ou parada cardíaca e QTc > 0,5 s.

É estimado que a LQTS congênita ocorra em 1 a cada 5.000 pessoas. Em 5% a 10% dos casos existe histórico de morte súbita na família. Em geral, a doença é autossômica dominante, embora em poucos casos possa ser autossômica recessiva.

Geralmente a Síndrome do QT longo não provoca sintomas, mas em alguns pacientes pode ocorrer episódios de desmaios repentinos e convulsões, que são diagnosticadas incorretamente como a epilepsia.

Para crianças, adolescentes e adultos jovens com históricos de síncope, epilepsia ou históricos familiares de morte súbita devem ter avaliação cardiológica pré-operatória, incluindo ECG.

O diagnóstico é feito através do histórico do paciente, avaliação clínica e pelo eletrocardiograma. Em alguns casos pode ser necessário avaliação genética.

Já o tratamento consiste no uso de beta-bloqueadores, marca-passo, implante de desfibrilador e desnervação simpática cardíaca esquerda.

🩺 Dra. Gabriela Aires Ribas
Pediatra e Cardiologista Pediátrica
RQE 33941/ 33942
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Dores comuns em pediatria

😫 Crianças e adolescentes de todas as idades podem experimentar quadros de dor. Cólica do lactente, dor de ouvido, dor de garganta, aftas e dor de cabeça costumam ser as queixas mais comuns relatadas na infância. É importante reconhecermos todas essas situações, além de avaliar e tratar o quanto antes.

⚽ Além disso, em algum momento de suas vidas, as crianças e adolescentes terão uma experiência dolorosa: seja durante as brincadeiras, na realização de um esporte, no surgimento de alguma doença ou nos procedimentos médicos.

Emoções, respostas comportamentais à dor, crenças, atitudes, e fatores culturais alteram a forma como a dor é vivenciada, modificando a transmissão de estímulos nocivos ao cérebro. 🧠

Infelizmente, apesar da dor ser um fenômeno frequente na infância, ainda é muitas vezes negligenciada e não cuidada. Devemos lembrar que ela causa grande sofrimento à criança e sua família, reiterando a importância de todo profissional de saúde saber reconhecê-la, classificá-la e abordá-la de forma adequada. 🙌

⚕️O tratamento da dor é um direito humano básico e quando não tratada pode deixar sequelas no indivíduo, levando a consequências que podem repercutir por toda a sua vida. Sempre que a criança se queixar de algo, busque uma avaliação médica.

🩺 Dra. Gabriela Aires Ribas
Pediatra e Cardiologista Pediátrica
RQE 33941/ 33942

Kawasaki

🩸 A doença de Kawasaki é uma vasculite, ou seja, uma inflamação dos vasos sanguíneos, cuja principal risco são as dilatações (aneurismas) nas artérias do coração, chamadas de artérias coronárias.

👶 É uma doença rara, porém uma das vasculites mais comuns da infância, sendo quase exclusivamente uma doença de crianças. Cerca de 85% dos casos ocorrem em crianças menores de 5 anos, principalmente entre 18 e 24 meses de idade.

🦠 Ainda não se sabe a causa exata da doença de Kawasaki, embora haja suspeitas de que algumas infecções possam causá-la. Apesar disso, não é uma doença contagiosa e nem transmissível de uma criança para outra.

🤒 O sintoma mais característico e que ocorre no início da doença, é uma febre alta, persistente, que dura pelo menos cinco dias, sem uma causa aparente que a explique. Outras alterações como conjuntivite, manchas vermelhas pelo corpo, lábios vermelhos e rachados, língua vermelha, inchaço e vermelhidão nas mãos e pés, assim como ínguas inchadas no pescoço, podem ocorrer.

🤕 Algumas crianças também podem apresentar além da febre, sintomas como irritabilidade, dores de cabeça, dor e inchaço nas articulações e uma vermelhidão na cicatriz da vacina de BCG no braço.

🔎 Nem sempre todos estes sintomas estão presentes, por isto é importante relatar qualquer alteração que a criança apresentou, e se possível, registrar as fotos das manchas que podem desaparecer antes do atendimento médico.

💝 O diagnóstico da doença é clínico e alguns exames complementares podem ser solicitados, como o ecocardiograma para avaliar o coração e as artérias coronárias.

👩‍⚕ As crianças que tiveram doença de Kawasaki geralmente evoluem bem, sem sequelas e levam uma vida normal como as outras. Apenas nos pacientes que tiveram alguma alteração cardíaca, o acompanhamento com o cardiologista pediátrico pode ser recomendado.

🩺 Dra. Gabriela Aires Ribas
Pediatra e Cardiologista Pediátrica
RQE 33941/ 33942

Nutrição Precoce

👅 São as preferências gustativas que irão orientar as escolhas alimentares das crianças, afetando sua saúde e qualidade de vida!

🤱🍽 Na transição da dependência do leite materno para os alimentos habituais, os animais de uma maneira geral aprendem a saborear alimentos de forma independente, consumindo alimentos nutritivos ou evitando e rejeitando substâncias perigosas.

🍧 Dessa forma, as preferências por sabores-chave, como o doce, são vistas como inatas, mas podem ser influenciadas pela experiência no início da vida. Mesmo em bebês humanos, as primeiras experiências gustativas modulam as preferências alimentares mais tarde na vida.

📚 Um novo estudo trouxe esse conceito para o nível científico e mostrou que existe de fato uma forte relação entre o que comemos no início da vida como bebês ou crianças pequenas, e as preferências alimentares dos adultos.

🧠 A pesquisa, publicada na revista Science Advances, destaca a importância da exposição precoce a uma variedade de sabores e identifica a base neural que regula as preferências por alimentos favoritos, fornecendo novas informações importantes sobre a relação entre nutrição e função cerebral.

👶 Os resultados destacam a importância da nutrição adequada nos primeiros anos, já que é essa experiência que irá definir as preferências de sabor da criança por toda a vida.

Fonte: Science Advances. DOI: 10.1126/sciadv.ade6561.

🩺 Dra. Gabriela Aires Ribas
Pediatra e Cardiologista Pediátrica
RQE 33941/ 33942